Projeto Vida Saudável movimenta a Utramig



Experiência inédita tem caráter de aprendizado e atua na prevenção de doenças

A rotina dos estudantes da unidade Belo Horizonte da Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig) foi completamente alterada, nessa sexta-feira (15). Eles saíram das salas de aula para realizar procedimentos e exames preventivos nos colegas e servidores da Fundação. Durante todo o dia, dividido em turnos, os estudantes participaram do Projeto Vida Saudável, que tem por objetivo levantar o perfil diagnóstico de saúde dos alunos e servidores da Utramig e ao mesmo tempo integrar as práticas dos cursos de Enfermagem, Análises Clínicas e Informática.

Por se tratar de um projeto piloto, com continuidade em outubro, a experiência foi inédita. Foi também a primeira vez que muitos alunos se submeteram aos procedimentos e ainda foi a primeira experiência prática para alguns. Nessa fase, após o preenchimento de questionário com dados pessoais e outras informações sobre atividades físicas e uso de tabaco e álcool, as pessoas foram medidas e pesadas, para apurar o índice de massa corporal (IMC), tiveram a pressão aferida e o dedo espetado (glicemia capilar), que permitiu também definir o tipo sanguíneo.

“O projeto de ensino da Utramig tem como objetivo a formação integral dos nossos alunos da área de saúde. Momentos como esse são fundamentais porque aliam a teoria e a prática, possibilitando consistência ao aprendizado. Nesse evento, os alunos relacionam o curativo com a possibilidade de tornar o usuário protagonista de sua própria saúde, com atuação na prevenção e assim evitar a doença”, declarou a presidente da Utramig, Vera Victer, enquanto percorria o circuito do projeto.

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A presidente foi uma das primeiras pessoas a chegar na manhã de sexta-feira, mesmo assim enfrentou as salas cheias. “O que me chamou a atenção, foi o interesse dos alunos em atuar na prevenção da saúde”, avaliou Vera Victer.

“Tudo começa com uma iniciativa simples, aferir pressão e conferir glicemia, por exemplo. Tivemos um caso aqui de sobrepeso e orientamos a procurar um médico, praticar atividade física e ter muita atenção na alimentação. Essa pessoa entendeu que uma ida ao consultório médico é necessária. Acho que já fizemos a diferença”, conta a estudante da terceira etapa de Enfermagem, Simony Borges da Rocha, encarregada de dar orientações após o cálculo do IMC. “A altura é inalterável, mas o peso pode ser trabalhado”, ensina.

A aluna da segunda etapa de Análises Clínicas, Lorraine Silva Lima, revelou a satisfação em participar. “Eu faço estágio na hematologia, mas não tem esses procedimentos. Legal aprender dessa forma e ao mesmo tempo passar as informações para os colegas”, disse, enquanto executava o procedimento de tipagem sanguínea.

Para garantir atendimento a todos e também permitir que os alunos praticassem, os estudantes de análises clínicas e enfermagem se revezaram nas funções. “A estrutura de atendimento exige pelo menos 15 pessoas em cada uma das três salas, mas ora eles atendem, ora eles se submetem aos exames”, explicou a professora de enfermagem, e responsável pela primeira sala, Flávia Pires Lima.

O intenso movimento, ainda no início da manhã, nas três salas reservadas para os trabalhos, já anunciava a grande adesão de alunos e servidores. Em menos de duas horas, cerca de 150 pessoas já haviam percorrido as salas e as filas continuavam significativas, especialmente no laboratório de Análises Clínicas.

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No ponto final do circuito, as estudantes da segunda etapa de Análises Clínicas, Natasha Gonçalves, Tatiane Soares e Michele Nascimento, recebiam as fichas das pessoas que haviam passado pelos procedimentos. Sobre a mesa, 76 perfis já estavam completos. “Estava contando quantas pessoas têm o sangue mais raro (O negativo), o que pode doar para todos os outros. Apenas sete pessoas têm esse tipo, ou 10% dos examinados até agora”, informou Natasha.

Os procedimentos foram repetidos à tarde e à noite para alcançar o maior número de pessoas. O Vida Saudável será retomado em outubro, quando novos exames, como hemograma, perfil lipídico e hepatite, também passarão a fazer parte do projeto.