Utramig abre cursos para mulheres em situação de vulnerabilidade



Serão 480 vagas no estado para a capacitação profissional em 14 municípios. Pré-matrículas começarão em setembro

A Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig) vai executar 24 cursos profissionalizantes do Pronatec/FIC – Formação Inicial e Continuada, na modalidade Mulheres Mil, voltados para mulheres em situação de vulnerabilidade em todo o estado. Serão abertas 480 vagas, distribuídas por 14 municípios.
O programa Pronatec/Mulheres Mil utiliza uma metodologia específica voltada para a promoção da formação educacional, profissional e cidadã de mulheres em situação de vulnerabilidade, como vítimas de violência, chefes de famílias, beneficiárias do Bolsa Família, entre outras.
Os cursos oferecidos serão nas áreas de alimentação (preparadora de doces e conservas; auxiliar de confeiteiro), artesanato (artesã de biojoias e costureira de máquina reta e overloque) e administração (promotora de vendas e assistente administrativo).
São cursos de 160 horas, com turmas de 20 alunas, distribuídos em 14 municípios: Araçuaí, Belo Horizonte, Caratinga, Contagem, Itamarandiba, Januária, Jequitinhonha, Machacalis, Ouro Verde de Minas, Piedade de Caratinga, Ribeirão das Neves, Sabará, Virgem da Lapa e São Francisco. As aulas estão previstas para começar em outubro.
”O objetivo é criar um ambiente para que essas mulheres possam trocar experiências e ter acesso à educação profissional, empoderando-as, para que rompam essa condição de vulnerabilidade”, explica a diretora da Utramig, Vera Victer.
Durante as aulas, também serão trabalhados temas como empreendedorismo, economia solidária, saúde e autoestima. “Muitas vezes essas mulheres até já desenvolvem alguma dessas atividades, mas não de forma profissional. A ideia é abrir novas oportunidades, que elas vislumbrem isso”, acrescenta a diretora.
Compostos por um módulo básico, que engloba o ensino de português, matemática e informática, e um módulo específico, que foca na profissionalização, os cursos têm ainda um módulo direcionado a debater o papel da mulher, com intuito de proporcionar a interlocução dos conhecimentos curriculares à realidade do cotidiano das participantes do Mulheres Mil.
Este último módulo vai ofertar cursos, oficinas, projetos integrados e práticas em temáticas como, por exemplo, qualidade de vida, saúde, cidadania e direito das mulheres, empreendedorismo, cooperativismo e economia solidária.
Serão 80 profissionais envolvidos no Pronatec/Mulheres Mil em Minas Gerais, entre educadores, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e supervisores administrativos, além da equipe da diretoria e das parcerias locais com os Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e os Centros de Referência Especializado da Assistência Social (Creas).
Após os cursos, os profissionais farão o acompanhamento dessas mulheres para que elas possam se tornar autossuficientes e inseridas em alguma atividade produtiva. “Os editais para contratação destes professores já estão abertos e encontram-se disponíveis em nosso site”, ressalta Vera.

Inscrições
As pré-matrículas para as mulheres que desejem participar das aulas do Pronatec/Mulheres Mil em Minas Gerais serão abertas em setembro, e feitas pelo parceiro demandante, que no caso do projeto Mulheres Mil são os Cras/Creas.
A seleção dessas mulheres também será feita pelos Cras/Creas, que definirão os critérios de vulnerabilidade a serem enfrentados. Alguns municípios, por exemplo, focarão na pobreza rural, outros darão prioridades às jovens, chefes de família. As mulheres deverão apresentar CPF e posteriormente confirmar a matrícula.

Pronatec/Mulheres Mil
O programa Mulheres Mil foi instituído pelo Ministério da Educação (MEC) em 2011, Em 2013, passou a integrar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), por meio da iniciativa Bolsa Formação.
A oferta é resultado da parceira entre o MEC e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria (Pronatec/BSM), articulado com a meta de erradicação da pobreza extrema no país.
São ofertados cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), com carga horária mínima de 160 horas, que atende um público específico de mulheres. O conteúdo é baseado em metodologia que privilegia temas como direitos e deveres das mulheres, empreendedorismo, economia solidária, saúde, elevação da autoestima, entre outros, buscando promover a inclusão produtiva, a mobilidade no mercado de trabalho e o pleno exercício da cidadania.